Nascido no ano de 1660 na Bahia, hoje cidade de Salvador,
Sebastião da Rocha Pita foi um importante historiador e poeta do século XVII. É
autor de, dentre outras, uma importante obra intitulada História da América
Portuguesa (1730), produzida em um período em que a capacidade de contar a
História de Portugal e do império luso-brasileiro compunham um quadro de
preocupações centrais de um reino atribulado em legitimar-se frente a outras
nações - onde o domínio da história e sua forma de escrita como iniciativa
institucional congregaria em si essa função. Como um historiador de prestígio,
compunha a ordem de letrados na Academia Real de História Portuguesa (1720-1736),
ocupando o cargo de acadêmico supranumerário. No cenário brasileiro, foi membro
e um dos fundadores da Academia Brasílica dos Esquecidos (1724) participando
ativamente como poeta e historiador nas atividades realizadas nessa
congregação, que pode ser concebida como um local privilegiado para se pensar e
formular a história da América Portuguesa, em um período no qual “ o movimento
academicita ajudou a desencadear uma
nova percepção sobre o estatuto político do território colonial, estimulando
assim, a reflexão sobre a natureza dos laços que prendiam a América ao Reino:
amarras simultaneamente jurídicas, familiares, linguísticas, econômicas e
culturais."[1] Formado na Escola de Jesuítas da
Bahia e mestre em Artes, o nome de Rocha Pita figura na lista[2] de nomes de brasileiros formados na Universidade de
Coimbra elaborada por Francisco Morais, tendo ido aos 16 anos. A formação em Portugal
era um costume daqueles que tinham um prestígio social na colônia e que compunham assim, o quadro de letrados
brasileiros. Ostentou ainda o título de coronel do regimento privilegiado de
ordenanças, foi fidalgo da casa real, cavaleiro da ordem de Cristo e vereador
em Salvador. Pai de três filhos, com Ana Cavalcanti, morre em 1738, na cidade
de Cachoeira, onde desde o casamento fixou residência.
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
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