Em 1982, Claudio Seto elaborou uma nova tentativa de publicar mangás brasileiros pelo selo Bico de Pena da Grafipar e criou as revistas "Super-Pinóquio" (inspirado em
Astro Boye
Pinóquio de
Carlo Collodi)
[152] e "Robô Gigante", uma história ilustrada por Watson Portela. Na mesma revista também foi publicada uma história do Ultraboy (uma espécie de Ultraman brasileiro), de Franco de Rosa, mas ambas as revistas só tiveram apenas uma edição.
[153] Nesse mesmo ano, a editora lançou a revista Almanaque Xanadu, que trazia influência do quadrinho europeu: Watson Portela apresentava notável referência ao trabalho do francês Moebius.
[154] A publicação trazia matérias sobre a revista
Heavy Metal (uma versão americana da revista francesa Métal Hurlant) e de um
filme animado baseado nos quadrinhos publicados pela revista.
[155]
Seto também criaria uma personagem de faroeste, Katy Apache, inspirada na personagem de
Raquel Welch para o filme
Hannie Caulder; assim como Hannie Caulder, Katy usava apenas um
poncho. Seto desenhou apenas as primeiras histórias, sendo substituído por
Mozart Couto; também pela Grafipar, Mozart Couto publicou Jackal e Watson Portela Rex, inspirado em
Jonah Hex da DC Comics
[156]. Outras editoras investiram no gênero; a D-Arte publicou Johnny Pecos, de Rodolfo Zalla, o Chacal foi publicado pela Vecchi, de forma semelhante ao Judoka da EBAL. Em 1980, a Vecchi publicou a série italiana
Judas, que era o pseudônimo de Allan Pinkerton; a editora traduziu o nome do cowboy para Chacal, mas após 16 edições, o roteirista Antônio Ribeiro criou um novo Chacal, cujo verdadeiro nome era Tony Carson (pseudônimo usado por Antônio Riberto em
livros de bolsode faroeste, publicados pelas editoras Monterrey e Cedibra)
[157]. Anos mais tarde, Judas seria publicado com seu nome original pela editora Record
[158], e o Chacal ganharia um título próprio pela BLC Edições
[156]. A exemplo dos atores americanos de filmes de faroeste, o empresário
Beto Carrero ganhou um título de faroeste, publicado pela CLUQ, com roteiros de Gedeone Malagola e arte de Eugênio Colonnese.
Em 1988, é publicado pela Cedibra, o primeiro mangá original do Japão,
Lobo Solitário de
Kazuo Koike e
Goseki Kojima[184]. Nesse mesmo ano, Os Trapalhões passam a ser publicados pela Editora Abril, desta vez produzidos pelo estúdio de César Sandoval, criador da
Turma do Arrepio[120]. Primaggio Mantovi exigiu que todas as publicações licenciadas pela editora na época trouxessem créditos dos autores
[95]. A editora VHD Diffusion, lança a revista
Animal, revista de conteúdo adulto inspirada nas revistas estrangeiras do gênero: a norte-americana Heavy Metal, a francesa L'Echo des Savanes, a espanhola El Víbora e a italiana Frigidaire. na revista são publicadas foi publicada pela primeira vez no país, a série
RanXerox, dos italianos Tamburini e Liberatore; Squeak the Mouse, de Massimo Mattioli; Peter Pank, de Max; Calculus Cat, de Hunt Emerson; Johnny Nemo, de Peter Milligan e Brett Ewins (os criadores de Skreemer); Edmundo, o Porco, de Rochette e Veyron; Tank Girl, de Jaime Hewlett e Alan Martin; A Fundação, de Cássio Zahler e Osvaldo Pavanelli; O Sonho do Tubarão, de Mathias Schultheiss, além de histórias curtas de Milo Manara, Roberto "Magnus" Raviola, Daniel Torres, Lorenzo Mattotti, André Toral, Mosquil, Altan e Loustal
[185],
Lourenço Mutarelli[186], entre outros. a revista gerou dois spin-offs
Coleção Animal e
Grandes Aventuras Animale foi publicada até 1991
[185].
Década de 1990
Na década de 1990, a História em Quadrinhos no Brasil ganhou impulso com a realização da 1ª e 2ª Bienal de Quadrinhos do Rio de Janeiro, em 1991 e 1993
[188], e a 3ª em 1997, em Belo Horizonte. Estes eventos, realizado em grande número dos centros culturais da cidade, em cada versão contaram com público de algumas dezenas de milhares de pessoas, com a presença de inúmeros quadrinistas internacionais e praticamente todos os grandes nomes nacionais, além de exposições cenografadas, debates, filmes, cursos, RPG e todos os tipos de atividades.
Em 1990, a editora Globo lança a revista Dreadstar: O Guerreiro das Estrelas, de Jim Starlin
[181], mas a revista durou apenas 10 edições; segundo o editor Leandro Luigi Dal Manto, o cancelamento ocorreu por questões contratuais, pois Starlin havia trocado a Epic/Marvel pela First Comics, e a editora Globo não conseguiu negociar com a nova editora
[182].
Em 10 de maio de
1990, morre aos 93 anos o jornalista Adolfo Aizen
[189], mas a editora ainda existiria até
1995, quando publicaria o décimo quinto álbum do
Príncipe Valente[190].
Em
1991, a Bloch Editores publicou a revista
Mestre Kim, a revista era inspirada em Yong Min Kim, coreano naturalizado brasleiro, no mestre de
Tae-Kwon-Do, Kim, ensinou defesa pessoal à membros da
Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e da
Polícia Federal e se apresentava em programas da
Rede Manchete (empresa do mesmo grupo do qual fazia parte a Bloch Editores)
[191], a revista teve como roteiristas o próprio Kim
[116], Antônio Ribeiro (assinando como Tony Carson) e desenhos de Eugênio Colonnese
[192] e Marcello Quintanilha
[193]
Graças ao sucesso de Os Cavaleiros do Zodiaco e outros animes na TV aberta[194], começam a surgir novas revistas informativas, surgem a Revista Herói publicada em conjunto pela Acme e pela Nova Sampa[195], Heróis do Futuro[196], além das revistas que traziam exclusivas sobre anime e mangá Japan Fury, e Animax[197]. Surgem também as revistas em quadrinhos inspiradas na estética mangás, como adaptações dos Video games da Capcom Street Fighter, escrita por Marcelo Cassaro, Alexandre Nagado e Rodrigo de Góes, pelaEditora Escala[198][199]; Megaman e Hypercomix pela Editora Magnum (editora que publicava revista sobre armas de fogo)[200], que teve a participação de artistas como Daniel HDR (que desde 1995, desenhava para o mercado americano, personagens como Glory da Image Comics)[201], Eduardo Francisco[202] e Érica Awano (onde os dois último fizeram sua estreia no mercado editorial)[203][204].